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Todos somos ou ninguém é ‘incapaz’

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Há muito tempo usamos erroneamente o termo “incapaz” quando nos referimos a pessoas com deficiências física, mental ou emocional. O fato delas não poderem enxergar ou falar, por exemplo, ou possuírem qualquer outro tipo de limitação, jamais deveriam ser consideradas incapazes. São apenas impossibilitadas de exercer determinadas atividades, porém são capazes sim de desempenharem inúmeras outras funções, tão bem ou melhor que qualquer um.

Todos somos ou ninguém é ‘incapaz’

Senão vejamos: Uma pessoa que não entende absolutamente nada de economia, de bolsa de valores, câmbio e outras aplicações financeiras, deve ser considerada incapaz?

– Uma pessoa que não sabe nadar ou mergulhar é incapaz?

– Quem não sabe pintar uma bela paisagem ou esculpir numa rocha, madeira metal ou qualquer outro material, é um incapaz?

É claro que não! Assim como um homem ou uma mulher que não enxerga, não fala ou não anda sem o auxílio de muletas ou de cadeira de rodas também não é.

Essa mudança de conceito sobre nosso próximo precisa ser feita em nossa sociedade. Ainda mais nesses tempos em que se luta contra todo e qualquer tipo de discriminação.

Todos os indivíduos, mesmo com suas mais extremas limitações, precisam ser respeitados e valorizados. Essas mudanças de conceito devem começar por mim, por você, por todos nós. Precisamos refletir sobre como vemos e pensamos esse assunto e promover as devidas correções para olharmos com outros olhos nosso próximo que, em nenhuma circunstância, é diferente de nós.

Até porque também, todos nós (absolutamente todos) temos limitações em maior ou menor grau em relação ao nosso próximo, no físico, mental, intelectual, emocional e/ou espiritual. Então não tem por que haver discriminação e preconceito em relação aos limites dos outros.

Deus, na sua infinita bondade e sabedoria, distribuiu dons e talentos para cada um de (nós) Seus filhos. Além disso, nos deu também um corpo e uma mente capazes de se adaptarem e de aprenderem tudo o que precisam para continuarmos a grande jornada da vida com a cabeça erguida, felizes, satisfeitos e realizados com tudo o que temos e o que somos.

Ele nos deu também pesados fardos para carregarmos para nosso próprio fortalecimento e crescimento moral e espiritual. Assim sendo, essas limitações às quais nos referimos, podem ser considerados também fardos que o Senhor nos dá para que aprendamos a conviver com eles e, mesmo assim, alcançamos o que Ele tanto deseja e espera de cada um de nós: a compreensão do verdadeiro sentido da vida, que implica em seguir sempre em frente, perseverante e com fé para atingirmos os nossos objetivos.

Senão vejamos: Stephen William Hawking, o físico teórico, cosmólogo e autor britânico, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à ciência, sendo um dos mais renomados cientistas do século, era portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que paralisa progressivamente os músculos do corpo. A doença foi detectada quando tinha 21 anos. Morreu em 2018 aos 76 anos.

Ludwig Van Beethoven ficou surdo e ainda assim criou algumas das melhores obras da história da música. É sabido que o compositor sofria de vários problemas de saúde e o mais incrível é o fato dele ter perdido a audição. Mas isso não o impediu de continuar a sua extraordinária jornada.

Marcelo Rubens Paia, escritor brasileiro, também faz parte do time de personalidades com deficiência como todos nós. Porém, não incapaz. Aos 20 anos de idade, quando saltou em um lago e bateu com a cabeça em uma pedra, ficou tetraplégico. Ele jamais deixou-se abalar por conta disso. Seu livro “Feliz Ano Velho” conta a sua história em forma de literatura e é uma das obras mais aclamadas de sua carreira.

Enrico Dandolo, dirigente e magistrado da República de Veneza em 1192, liderou a 4ª Cruzada (expedição militar Cristã que pretendia conquistar o Egito Muçulmano) até a cidade de Constantinopla, na atual Turquia. Seu exército atingiu o coração do Império Bizantino.

Dandolo foi o líder que reformou o sistema monetário veneziano e se tornou uma figura inspiradora no campo de batalha. Entre seus seguidores era considerado um líder valente, enérgico e vigoroso. Para seus inimigos, era ambicioso, inescrupuloso e astuto.

Mas há dois aspectos de sua vida que podem surpreender você, prezado leitor. Dandolo realizou todos esses feitos aos 90 anos e já estava cego há mais de duas décadas.

Por Wilson Aquino – Jornalista e Professor.

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