A amizade sincera e solidária não aparece como obra do acaso, mas como fruto bem cultivado do trabalhador disciplinado. Sem esquecer dos adubos do amor ou da retirada dos inços do esquecimento e do descaso, a colheita, tal como no trigo, depende de esforços constantes. Não adianta somente semear a boa semente, é necessário vigilância para que apareçam as mais altas frutificações.
Tempo, colaboração e harmonia integram os indivíduos em afinidades conjuntas, as quais se tornam belas quando voltadas para propósitos superiores. É a junção de esforços e capacidades para a realização do trabalho que progride o mundo, bem como recompensa os indivíduos, seja em termos materiais, seja de forma imaterial, alegrando a alma, o coração.
Para que as amizades sejam recursos nobres no ambiente de trabalho é essencial o exercício da compreensão, de se colocar na posição do outro, a empatia que auxilia no deslocamento do ego para uma perspectiva maior. Quem consegue ser altruísta, tolerante e bondoso, mas sem esquecer as réguas da justiça, com o tempo cria admiração e inspiração. É a liderança que conduz sem resistência, tal como Jesus.
Cristo é o exemplo mais perfeito de ser humano e sua conduta frente às amizades e a compreensão, seja da negação de Pedro, seja da traição de Judas, exemplifica o excelso trabalho dele. Ser filho de Deus é o convite para se preparar para as possibilidades maiores do criador. Aprendamos, portanto, a nos aperfeiçoar para a infinita riqueza do universo.
Por Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.