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Sagrada discrição 

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Ajudar sem alardes é parte da tarefa dos emissários de Cristo. De auxiliar sem que a outra mão saiba o que se está fazendo (Mateus, 6:3). É a qualidade do discreto, que auxilia sem segundas intenções e sem esperar nada em troca. Faz de modo justo, como manda o convite de Jesus para adentrar no reino dos céus. A qualidade da pessoa discreta é de ajudar, porque está em sua natureza interna a espontaneidade no bem. 

Este é o chamamento interior, de introjetar em si a qualidade de realização do bem, do belo e da verdade universal. O reino exterior de Deus depende da maneira como lidamos com a nossa própria consciência. Não estaria nela instalada as regras sagradas de Deus?

Passar a limpo os nossos atos exteriores na consciência configura um modo de nos aproximarmos da perfeição. Não uma perfeição absoluta, mas relativa, segundo as nossas condições e patamares alcançados. Conforme se avança em direção aos vários céus, há também iluminação de nossa compreensão geral. Iluminar as nossas ignorâncias não é apenas tarefa racional do cérebro, mas também de nosso coração. De sentir, amar e de ajudar de modo que o outro possa, em um futuro próximo, levantar-se e ajudar também. É o caminho do progresso que deve ser trilhado por todos.

Agir com discrição é ajudar com distinção e de forma a não permitir que a vossa luz ofusque e atrapalhe a caminhada dos que ainda estão em situação menor. A discrição torna-se então, legítima peça da caridade e do amor para o bem e o progresso de todos.

Por Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

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