O corpo humano representa o veículo carnal pelo qual transporta o espírito para suas múltiplas possibilidades. É o vaso sagrado que merece cuidados para que o desgaste prematuro não interrompa antes da hora as tarefas necessárias ao cumprimento da boa missão. Higiene, prudência, disciplina, bom senso nas práticas cotidianas são maneiras salutares de preservação do corpo.
Por outro lado, há quem abuse dos excessos de alimentação, de bebidas estonteantes e outras substâncias viciantes como se o banquete da vida fosse o das sensações do corpo. O banquete a que se referia Platão em sua famosa obra e também o mestre Jesus, em seu momento final com os apóstolos, é o festim das oportunidades de realização das obras, pavimentadas com amor. Não o amor carnal, Eros, mas o afeto sublime de Deus e o respeito e amor ao próximo. Ambos são imateriais e não buscam o gozo imediato e passageiro. Mas, algo tranquilo que nos remete a paz da consciência, as luzes do conhecimento, os sentimentos nobres que unem os seres humanos co mo legítimos irmãos e filhos de Deus. O festim das realizações é algo, não para o corpo, mas para a alma. Todavia, para se alcançar é preciso do vaso carnal para que se tenha condições de chegar nos objetivos superiores desejados. Todavia, quem vive para o corpo não vive para si. Mas, quem existe para seu espírito vive também para cuidar de suas ferramentas. Como expressou o apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso: “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (1 Tess 4:4).
Por Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.