A ascensão do Brasil à Presidência Rotativa do G20 em 2024 representa uma significativa oportunidade para moldar o cenário global em direção a um desenvolvimento econômico e social mais sustentável, inclusivo e justo. Este período não apenas confere ao Brasil a responsabilidade de liderar as discussões entre as maiores economias do mundo, mas também oferece uma janela de oportunidade para influenciar políticas públicas e privadas em prol do progresso humano.
Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento bioeconômico surge como uma estratégia crucial para garantir que o crescimento econômico seja harmonioso e regenerativo com a natureza. E o Brasil pode desempenhar um papel fundamental na promoção de práticas que respeitem os limites ambientais, incentivando tecnologias limpas, preservação de ecossistemas e a transição para uma economia mais verde.
A verdadeira essência desse desenvolvimento, contudo, reside na inclusividade social. O Brasil, ao liderar o G20, tem a oportunidade de enfatizar a necessidade de políticas que considerem a diversidade humana como potencialidades para construir alternativas inovadoras para o progresso. Práticas, portanto, necessárias à valorização da importância de peculiaridades intrínsecas a cada indivíduo e à coletividade.
O desenvolvimento proposto, portanto, não deve ser apenas quantitativo, mas qualitativo, melhorando as condições de vida humanas de maneira abrangente. A emancipação individual, assim, depende de melhorias significativas em áreas-chave, como segurança pública, saneamento, educação e saúde. A busca pelo progresso econômico deve estar intrinsecamente ligada à promoção dos direitos humanos.
Em suma, o Brasil na Presidência do G20 tem a oportunidade de liderar uma mudança significativa na abordagem global ao desenvolvimento. É imperativo que o progresso seja justo, sustentável e inclusivo, ou corremos o risco de um mero e insustentável “voo de galinha”.
Disciplina, Perseverança e Alteridade podem ser os princípios orientadores para garantir que o Brasil e o G20 estejam na vanguarda de um futuro mais promissor para toda a humanidade. Que este seja um período marcado não apenas por discussões, mas por ações concretas em prol de um mundo mais inclusivo, justo e sustentável.
Por André Naves – Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.