Janeiro Verde é o mês da conscientização sobre o câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) reforça a importância da imunização contra o HPV como principal método de prevenção. De acordo com o relatório anual do Instituto Nacional de Câncer (INCA), apresentado em 2023, este é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres no Brasil. Segundo a estimativa do mesmo documento, 17 mil novos casos serão diagnosticados para cada ano do triênio 2023-2025. Entre as principais causas deste tipo de neoplasia está a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), que pode ser evitada por meio da vacina tetravalente disponível na rede pública e privada (que hoje também já tem disponível a vacina nonavalente).
O HPV é transmitido pela atividade sexual e alguns dos seus subtipos podem causar câncer, incluindo o câncer de colo do útero. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação preferencialmente antes do início da vida sexual, considerando a faixa etária de 9 a 14 anos para meninas, e 11 a 14 anos para os meninos. “Os estudos mostram que a vacina contra o HPV é segura e pode salvar milhares de vidas, já que a imunização dos adolescentes tem relação direta com a diminuição da incidência dos tumores relacionados à infecção pelo vírus”, explica a Dra. Andreia Melo, oncologista clínica especialista em tumores ginecológicos e membro do Comitê de Lideranças Femininas da SBOC.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas, sendo que esta porcentagem pode ser maior nos homens. A especialista ressalta que além do câncer do colo de útero, a vacina contra o HPV ainda pode prevenir outros tipos de tumores: “A imunização protege também contra o câncer de vagina, vulva, pênis ou canal anal, além de alguns tumores da região da cabeça e pescoço”.
Sintomas, detecção e tratamento
O câncer de colo do útero ocorre por meio de alterações das células uterinas e os primeiros sintomas demoram a aparecer, sendo eles manifestados com sangramentos, corrimento anormal, dores abdominais, queixas urinárias e dores durante a relação sexual. Por isso, é importante a realização do exame Papanicolau a partir dos 25 anos, mesmo em mulheres que foram imunizadas contra o HPV, porque ele permite a detecção de uma lesão pré-invasora (neoplasia intraepitelial cervical).
O tratamento para o câncer de colo de útero é avaliado caso a caso de acordo com o estágio da doença, a idade do paciente e questões pessoais, como a vontade da mulher em gerar filhos. Pode envolver cirurgia (histerectomia), quimioterapia combinada à radioterapia, ou em casos avançados da doença a imunoterapia em combinação com quimioterapia. “Quando detectado em fase inicial, o câncer do colo de útero apresenta grandes chances de cura”, completa Dra. Andreia Melo.
Fonte: Comunicação