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Campo Grande

O compromisso da indústria de tintas com a sustentabilidade do planeta

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Por Luiz Cornacchioni – Presidente-executivo da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas)


As discussões sobre sustentabilidade estão cada vez mais em evidência à medida que eventos climáticos, como, por exemplo, a tragédia no Rio Grande do Sul, afetam não apenas o meio ambiente, mas também têm implicações humanas, sociais e econômicas significativas. Nesse contexto, a proposta de redução de impactos ambientais de produtos e de processos produtivos e o aumento da vida útil de bens duráveis e infraestruturas se torna ainda mais relevante.

Embora alguns esforços sejam realizados por vários setores da sociedade, a verdade é que ainda há muito o que fazer. Todavia, é crucial reconhecer ações concretas em desenvolvimento e o papel da indústria na adoção de práticas mais sustentáveis, incluindo a substituição de matérias-primas, o aprimoramento de processos, a redução de desperdícios e a menor geração e o reaproveitamento de resíduos. Um desses setores é o de tintas.

O Brasil é o 5º maior produtor mundial de tintas e o principal na América Latina, colocando no mercado mais de 1,8 bilhão de litros do produto em 2023, destinados às mais variadas utilizações: em imóveis, veículos, nos mais diferentes produtos industriais e em infraestruturas. Para este ano, estimamos que as vendas cresçam entre 2% e 2,5%, em função de fatores como as reformas e melhorias em imóveis ligadas à tendência de manutenção da casa como um espaço de conforto e bem-estar, a realização de obras públicas em geral, os investimentos em infraestrutura impulsionados pelo processo de concessões e o aumento do consumo de bens duráveis em consequência do crescimento da confiança do consumidor, das baixas taxas de desemprego e dos programas de redução do endividamento.

Durante a pandemia, as vendas de tintas imobiliárias aumentaram significativamente à medida que as pessoas passaram mais tempo em casa, buscando tornar seus espaços mais agradáveis e funcionais para o trabalho remoto e o lazer. Essa tendência ressalta não apenas a importância econômica das tintas, mas também seu impacto no bem-estar e no conforto das pessoas.

Além desse impacto econômico, as tintas desempenham um papel fundamental na promoção da durabilidade e na preservação de estruturas. Elas prolongam a vida útil de várias superfícies expostas ao clima e à deterioração.

Por exemplo, as tintas são essenciais para proteger plataformas de petróleo, tubulações, tanques, pontes e outras estruturas contra a corrosão. No transporte urbano, as tintas não apenas protegem veículos como ônibus e trens, mas também desempenham um papel crucial na sinalização viária. Na aviação, as tintas são especialmente formuladas para resistir às severas condições em que as aeronaves operam, com variações extremas de temperatura e altitude.

Por fim, ressalto nosso trabalho em elevar a maturidade do setor de tintas em práticas ESG por meio do Sistema de Avaliação da Sustentabilidade, uma importante ferramenta de transparência setorial baseada em pilares como Governança e Liderança Corporativa, Capital Humano, Capital Social e Meio Ambiente. Esses pilares estão diretamente relacionados com os 12 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU mais relevantes para o setor de tintas no Brasil e fazem parte do Programa Setorial de Sustentabilidade desenvolvido em conjunto com o Instituto Akatu, uma iniciativa pioneira e inédita no mundo, dentro do setor de tintas.

Esse Programa de Sustentabilidade envolve também iniciativas para promover o descarte adequado e a reciclagem de embalagens, assim como para lidar com as sobras de tintas. Estamos avançando, ainda, no nosso primeiro inventário setorial de emissões de gases de efeito estufa, a partir do qual estabeleceremos metas de redução.

Assim, as tintas não apenas desempenham um papel essencial na economia, mas também trazem uma contribuição fundamental para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das comunidades.


*Luiz Cornacchioni é presidente-executivo da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas) desde 2020. É também presidente da LatinPin – Federação Latino-Americana de Associações de Técnicos e Fabricantes de Tintas e membro do Conselho Diretor do IDQ – Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química.

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