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Fome espiritual

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Algumas vezes ficamos ruins daquilo que comemos por diversas razões. Desde preparos imprudentes até mesmo o equívoco da atitude mental em aceitar com gratidão a iguaria. Por outro lado, em outras oportunidades, estamos alimentados, mas com a sensação de que poderia ter mais. A mente desperta e grata transmuta os alimentos em algo sagrado. De certo modo, é o que acontece com a nossa fome espiritual. Precisamos nutrir tanto a carne, quanto o espírito, pois ambos são de Deus e precisam da devida atenção e cuidado.

Com um corpo físico saudável é possível fazer as atividades e tarefas diárias sem dor e sem restrição. É como um instrumento apto à realização do trabalho. Não raro, a dor representa o chamamento para a existência que importa. A perda de foco e tempo muitas vezes são reparadas por problemas na carne, como se as doenças colocassem o indivíduo em seu devido lugar.

Com o espírito bem nutrido e atento, não se precisaria de medidas protetivas contra a desatenção do ser, mas conhecimentos e competências para desenrolar o novelo das maravilhas cósmicas. Deus é a inteligência suprema, criador de todo o universo, assim não é de se admirar que existam segredos ainda inacessíveis para um corpo espiritual infantil. Somente a maturidade e o tempo fornecem as condições para o ser perceber, decodificar e compreender as ações do criador.

Mas, com a curiosidade, o trabalho e a fome de saber, de pouco em pouco, o indivíduo desperta em si a consciência e a rotina que permitam esta afinidade com Deus através do autoconhecimento e do amor.

Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

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