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Beber muita água pode ser prejudicial para a saúde; entenda os riscos

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A hiponatremia é a redução da concentração de sódio no sangue por conta do excesso de água no organismo. Dessa forma, o corpo retém muita água, diluindo a quantidade do soluto no sangue, deixando os níveis abaixo do indicado. 

Até então a condição era pouco conhecida. No entanto, dois casos recentes chamaram atenção para o problema. O primeiro trata-se de de um garoto que precisou ser internado após consumir seis garrafas de água em um período muito curto. 

No segundo, cujo desfecho foi trágico, uma mulher faleceu também por consumir água em excesso com muita rapidez. Em comum nas duas situações noticiadas, ambos estavam há tempos em atividades ao ar livre durante um calor intenso e, ao sentir muita sede, procuraram se saciar bebendo uma alta quantidade de água em um tempo muito curto. 

Como a água pode fazer mal?

De fato, é curioso que a água, substância vital para a sobrevivência humana, possa fazer mal à saúde de alguma forma. Mas isso é o que acontece no caso da hiponatremia. “Todo organismo tem uma regulação muito forte e o rim desempenha um papel fundamental. A ingestão de uma grande quantidade de água num curto período de tempo faz com que ele não consiga adaptar esse controle”, alerta o médico cardiologista Dr. Rizzieri Gomes.

“A pessoa acaba perdendo sódio em grande quantidade, levando à condição, que pode gerar muitas complicações. É o caso, por exemplo, de náuseas, dores no corpo, câimbras, confusão mental e outras mais graves como o edema cerebral e a convulsão”, aponta o especialista.

O fenômeno ocorre quando a concentração de sódio no sangue está abaixo do normal, ou seja, menor que 135 mEq/L. O sódio é um mineral essencial para o equilíbrio dos líquidos corporais, a transmissão dos impulsos nervosos e a contração muscular. Por isso, quando em falta pode no organismo pode levar a consequências graves.

Causas, diagnóstico e tratamento

O cardiologista lembra que a hiponatremia por diluição pode ocorrer principalmente em pessoas que praticam atividades físicas intensas ou prolongadas, como maratonistas ou ciclistas, que perdem muito sódio pelo suor e bebem muita água sem repor os eletrólitos. Além disso, ela também pode afetar pessoas que têm algum distúrbio psiquiátrico ou metabólico que as faz beber água compulsivamente.

A hiponatremia pode ter outras causas, como perda excessiva de sódio pela urina, suor ou fezes, uso de certos medicamentos, doenças renais, cardíacas, hepáticas ou endócrinas, ou síndrome de secreção inapropriada de ADH (hormônio antidiurético), que faz o corpo reter mais água do que o necessário.

O diagnóstico é feito com base na avaliação médica e em exames de sangue para medir a concentração de sódio e outros eletrólitos. O tratamento depende de sua causa e gravidade, mas geralmente envolve a restrição de líquidos, a reposição de sódio por via oral ou intravenosa, a correção da doença de base e o ajuste da medicação.

Perda de sódio pode causar problemas renais

A perda de sódio aguda em grande quantidade pode causar uma queda da pressão arterial e uma redução do fluxo sanguíneo para os rins, levando a uma lesão renal aguda, alerta o Dr. Rizzeri. A situação pode acontecer em casos de diarreia grave, vômitos intensos, queimaduras extensas ou hemorragias.

Nesses casos, é importante procurar atendimento médico imediato e receber uma hidratação adequada com soluções isotônicas que contenham sódio e outros minerais. A recuperação da função renal depende da gravidade da lesão e do tempo de reperfusão dos rins.

Prevenindo a hiponatremia

“A dica é tomar cuidado, pois o calor intenso normalmente exige hidratação, mas o consumo de altas quantidades no curto período de tempo traz riscos de complicação. Ao se expor ao calor, seja praticando atividade física ou mesmo brincando, no caso de crianças, é recomendado ter à disposição bebidas isotônicas, aquelas com carboidratos, sais minerais (sódio, cloreto e potássio) e vitaminas em sua composição, que podem minimizar esse risco”, recomenda o cardiologista.

Além disso, o profissional aponta algumas medidas que podem prevenir o quadro:

  • Equilibrar o consumo de água com bebidas isotônicas ricas em eletrólitos;
  • Conhecer suas necessidades individuais de hidratação;
  • Não exagerar na ingestão de água durante atividades físicas intensas;
  • Acompanhar os sinais de desidratação, como lábios e olhos ressecados, garganta arranhando, sensação constante de sede;
  • Planejar a hidratação antes de se exercitar ou enfrentar climas quentes.

Fonte: Saúde em Dia

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