O sarampo é uma doença infecciosa viral que pode levar à morte. Sua transmissão ocorre por via aérea, de pessoa para pessoa. Isso pode se dar quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. A forma mais eficiente de conter o sarampo é por meio da vacinação.
Apesar da vacina estar disponível gratuitamente pelo SUS e constar no Calendário Nacional de Vacinação, a redução das incidências da vacinação impactam negativamente na erradicação da doença. Nesse sentido, a situação do sarampo no Brasil é alarmante. Segundo um estudo feito pela Organização Panamericana de Saúde, a OPAS, em 86% das cidades do país o risco da doença é alto.
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, o sarampo afeta mais crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas. “Causado pelo Morbillivírus, o sarampo é altamente contagioso e a única forma de prevenir é ganhar imunidade ativa tomando a vacina”, ressalta.
O médico explica que a doença também pode afetar diretamente os olhos. Isso porque nos primeiros meses de vida, o vírus do sarampo pode atingir a córnea do bebê. Esse tecido ocular funciona como uma lente externa e transparente do olho que responde por 60% da refração.
Conheça os sintomas da ceratite
Dessa forma, é importante ter um cuidado especial e estar atento aos olhos do bebê. Em casos em que ocorram vermelhidão recorrente, desvio da luz pelo aumento de fotofobia e presença de secreção viscosa, é necessário buscar um especialista.
“Estes são os sintomas da ceratite, uma inflamação na córnea que deve ser tratada imediatamente para evitar a formação de cicatrizes que podem comprometer o bom amadurecimento da visão”, esclarece o oftalmologista. Isso ocorre porque o sistema ocular não está totalmente formado quando o bebê nasce e qualquer bloqueio nos primeiros anos de vida pode comprometer o desenvolvimento pleno do olho.
Como diagnosticar a ceratite?
O diagnóstico da doença em bebês é feito por meio de uma lâmpada de fenda. Esse equipamento integra uma lâmpada de alta densidade luminosa acoplada a um biomicroscópio, permitindo a checagem de todas as porções externas do olho.
Além disso, o oftalmologista explica que o tratamento geralmente se realiza com corticoide tópico. É importante frisar que o uso do medicamento deve se dar a partir da supervisão e acompanhamento médico. Isso porque, o uso prolongado desse tipo de colírio pode causar glaucoma e a interrupção abrupta de seu uso predispõe à reincidência da inflamação.
Sintomas e transmissão do sarampo
Os sintomas mais recorrentes do sarampo são febre, coriza, tosse, erupções vermelhas na pele e em alguns casos conjuntivite.
A adoção de algumas medidas pode dificultar a transmissão do vírus. Confira as principais abaixo.
- Cobrir o nariz e a boca quando espirrar ou tossir com um lenço descartável
- Lavar as mãos com frequência com água e sabão
- Evitar tocar a boca e os olhos
- Não compartilhar copos, talheres, fronhas e toalhas
- Manter os ambientes arejados e limpos
- Ficar distante das aglomerações e locais fechados
- Evitar o contato próximo com pessoas doentes
Tratamento e prevenção
A prevenção do sarampo se faz a partir da vacina tríplice viral, que também protege contra rubéola e caxumba. A vacinação é feita em duas doses, sendo a primeira aplicada quando a criança completa um ano de idade, e a segunda três meses depois.
Um adendo importante a respeito da vacinação do sarampo é a respeito das gestantes. Nesses casos, é importante que as mulheres façam um exame de anticorpos para confirmarem se estão imunizadas contra a doença antes de engravidar. Dessa forma, torna-se fundamental confirmar a aplicação das duas doses, já que durante a gravidez a vacina não pode ser aplicada.
“Sem imunização prévia a gestante contaminada transmite o vírus ao feto pela placenta e isso pode causar três doenças no bebê. Uma delas é a encefalite, uma inflamação do encéfalo, frequentemente é fatal. Também pode ocorrer retinite aguda e a catarata congênita, maior causa de perda da visão entre crianças. Por isso, os cuidados preventivos entre mulheres devem ser maiores.”, finaliza o oftalmologista.
Além disso, o tratamento de pessoas que já se contaminaram pelo vírus do sarampo objetiva reduzir os desconfortos provocados pela doença. Em casos da manifestação de conjuntivite, também é necessário o acompanhamento médico para diagnóstico e uso correto do colírio com corticoide.
Fonte: Saúde em Dia