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Censo Agropecuário detecta crescimento de 862% na floresta plantada em MS

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25/10/2019 17h54

O Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visitou 71,2 mil estabelecimentos agropecuários em Mato Grosso do Sul, em 2017, cobrindo uma área de 30,5 milhões de hectares. Os dados foram apresentados na manhã desta sexta-feira (25), em Campo Grande. Conforme o coordenador técnico do Censo no Estado, Henrique Noronha, “o Censo Agro 2017 é uma fotografia dos estabelecimentos agropecuários e trabalhadores rurais do Brasil” e com os dados apurados é possível quantificar a produção na lavoura, na pecuária e também na agroindústria em todo o País.

Contudo, ele fez, de início, um importante alerta sobre a redefinição de estabelecimento agropecuário, observando ainda que o levantamento retrata as questões agrárias do País – que tem a ver com o acesso à terra e sua utilização em atividades agropecuárias – não servindo, portanto, como referência para questões fundiárias, que têm a ver com o imóvel rural, seu tamanho, propriedade e distribuição pelo território.

Entre os dados destacados sobre Mato Grosso do Sul, que tem 85,54% de sua área ocupada por estabelecimentos agropecuários – sendo 69,20% de estabelecimentos com menos de 100 hectares e 9,62% com mais de mil hectares – foi observado um aumento de 862% na área de florestas plantadas em detrimento aos números do último Censo realizado em 2006, sendo o eucalipto a principal variedade cultivada.

Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), “esse movimento já era esperado uma vez que os investimentos em papel e celulose na costa leste do Estado desde 2006 (último censo realizado) foram significativos, chegando à faixa de vários bilhões de reais”.

Nos desdobramentos dos números da Silvicultura no País, dois municípios sul-mato-grossenses ocupam a 1ª e 2ª posição em número de pés de eucalipto existentes. Três Lagoas, a 1ª, tem 282.475 árvores e Ribas do Rio Pardo, a 2ª, tem 214.042. Neste ranking ainda aparecem Água Clara com 111.509 pés ocupando a 8ª posição e o município de Selvíria, com uma plantação de 93.511 pés, ficou na 11ª posição.

Quanto à pecuária, no comparativo de efetivos para bovinos, suínos e frangos, em relação ao Censo de 2006, foi identificada uma redução de 5,57% de bovinos no Estado – que passou de 20.634.817 para 19.485.201 – aumento de 62,10% de suínos – que passou de 864.317 para 1.404.034 – e aumento de 14,07% de frangos – que passou de 24.768.000 para 28.252.765. Sobre o rebanho bovino, o município de Corumbá aparece em 1º lugar no Brasil com maior número de cabeças: 1.927.022. As informações mostram a força do agronegócio sul-mato-grossense no cenário nacional, setor que cada vez mais vem ditando o ritmo de desenvolvimento do país.

Com relação às características dos produtores, o Censo revela que não há renovação geracional nos estabelecimentos agrícolas no Brasil e que Mato Grosso do Sul acompanha essa tendência, tendo queda no comando das atividades por pessoas com idade inferior a 25 anos e aumento da participação de pessoas com idade superior a 45, 55, 65 e 75 anos.

No tocante à escolaridade, diferente dos números nacionais que mostram um universo de 23,03% sem saber ler e escrever, em Mato Grosso do Sul foram apenas 7,02% que declaram tal condição.

Entre as mais de 130 tabelas que podem ser obtidas ao acessar o sistema IBGE de recuperação automática (SIDRA) na página oficial do Instituto, é possível observar que novos dados são apresentados, como os que mostram que 33,6% dos estabelecimentos em todo País são comandados ou têm codireção das mulheres e em Mato Grosso do Sul a participação feminina é um pouco menor, de 28%.

O levantamento traz ainda dados sobre a área irrigada, acesso à internet, e até mesmo a variação de utilização de sistemas como o de plantio direto, números da produção vegetal e animal e detalhamento sobre a atividade dos agricultores familiares que são, hoje, 77% dos estabelecimentos agropecuários, conforme a classificação do IBGE.

Por fim, o secretário Jaime Verruck diz que “os dados levantados pelo IBGE são de suma importância para o planejamento governamental das políticas de desenvolvimento da agropecuária para as próximas décadas”, e que serão realizadas diversas ações com base nessa “riquíssima fonte de informações”.

Texto e foto: Kelly Ventorim, Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar

 foto: Kelly Ventorim

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