21/11/2019 21h45
Com a confirmação de quatro casos de raiva na região da divisa de Costa Rica com Chapadão do Sul, nas furnas onde nascem os rios Paraiso e São Luís, e a mortalidade de 45 animais no entorno, a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) faz um importante alerta os produtores de Mato Grosso do Sul sobre os cuidados, que devem ser redobrados neste período.
Seguindo o protocolo, a equipe da Iagro trabalha 12 quilômetros em torno deste local onde houve o foco, orientando com relação aos cuidados que o produtor deve ter e procurando possíveis abrigos do morcego transmissor, popularmente como morcego vampiro, a atualização da vacinação e a não manipulação de animais com sintomas da raiva.
A vacinação, é um ponto fundamental segundo o coordenador dos Programas: Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) e de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB), o Fiscal Estadual Agropecuário, Fábio Shiroma, que explica que animais com andar cambaleante, ou que se deitam e vem a óbito de 3 a 7 dias, são suspeitos e não podem ser tocados.
Fábio alerta para a importância dos cuidados que o produtor deve ter quando da suspeita da doença nos animais. “Em hipótese alguma as pessoas devem manipular os animais com sintomatologia nervosa”, esclarece, lembrando que a raiva é uma zoonose que pode ser transmitida para o homem e não tem cura.
captura de morcegos
O coordenador avisa que caso uma pessoa entre em contato com animal com suspeita de raiva ou seja agredido por cães, gatos ou morcegos, deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para receber o atendimento necessário.
“A propriedade onde sejam identificados casos de raiva ou abrigos de morcegos não sofrem nenhuma sansão”. Com essa observação Shiroma busca alertar a todos sobre a importância de procurar a unidade da Iagro mais próxima e abrir as portas da propriedade para a equipe realizar o trabalho de verificação e preventivo.
A Iagro trabalha intensivamente nas ações de controle da raiva animal, tanto na contenção de focos quanto nas medidas preventivas nas regiões de risco para a doença. No primeiro semestre de 2019, esse esforço possibilitou atender 66% dos municípios do Estado, índice superior ao alcançado nos últimos anos, segundo o Diretor Presidente da Agência, Daniel Ingold.
A raiva
A raiva é uma enfermidade que acomete o Sistema Nervoso Central (SNC) dos mamíferos, inclusive do homem, e que a letalidade é próxima a 100%. O período de incubação é relativamente longo (tempo que o animal foi exposto ao vírus até o aparecimento dos sinais clínicos) varia em média de 45 a 60 dias e que a resposta imunológica à vacinação se inicia em média com 7 a 10 dias. Por isso, é comum o aparecimento de animais que receberam a vacinação e vieram a óbito com a Raiva até que todos os animais estejam protegidos pela vacina.
Kelly Ventorim, Assessora de comunicação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (SEMAGRO)