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Desafios da acessibilidade: ‘Ser digital sem deixar de ser humano’

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A pandemia do novo coronavírus trouxe impacto e visibilidade para diversos temas. Um deles é a acessibilidade digital, que tornou-se destaque durante a mudança da rotina, no período de isolamento social. O tema vem ganhando espaço desde então. 

No Brasil, o processo de inclusão digital teve início nos anos 1990. O conceito tornou-se então um indicador de desenvolvimento. Para que a inclusão ocorra, são necessários 3 instrumentos: a internet, o computador e o domínio destas ferramentas.

Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2017, aponta que 102,1 milhões de brasileiros possuem acesso à internet, representando apenas 49% da população do país, o que deixa 51% dos brasileiros excluídos do acesso democrático a estes recursos, sendo a desigualdade na distribuição de renda o principal fator deste fenômeno.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (2019) 8,4% da população apresenta algum tipo de deficiência e quase 68% destas não possuem escolaridade fundamental completa. Deste número, 3,4% tinham deficiência visual, 1,1% deficiência auditiva e 1,2% deficiência mental.

De acordo com o site do Governo Federal, a acessibilidade digital é a eliminação das barreiras na Web. Barreiras estas que acabam dificultando ou até mesmo impossibilitando a experiência de usuários com deficiência ou outras limitações.

A aplicação do recurso é de extrema importância para a democratização do acesso à informação. A Lei Brasileira de Acessibilidade (Lei nº 13.146/2015) torna obrigatória a acessibilidade em sites detidos por empresas com sede ou representação comercial no país.

Ainda assim, menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis a pessoas com deficiência, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Movimento Web para Todos (MWPT) em conjunto com a BigData Corp

A pesquisa indica que 99,66% dos sites governamentais não atendem aos critérios de acessibilidade. A verificação feita aos links, imagens e formulários mostram que, respectivamente, 83,56%, 83,25% e 52,38% dos sites avaliados não atendem aos critérios para acessibilidade.

Principais barreiras da acessibilidade

Entre as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência estão o acesso às imagens, navegação por teclado, suporte a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e acesso a contatos e dados da empresa. 

Outra pesquisa realizada pelo Movimento Web para Todos afirma que, para criar a conta, 28% dos usuários não conseguiram preencher todos os campos do formulário

Quando o assunto é pesquisa por produtos, em 55% dos casos, não foi possível navegar plenamente pelo menu do site. Para fechar a compra, um novo impasse para visualizar as informações sobre pagamentos e descontos e modificar itens no carrinho de compras virtual. 67% das pessoas relatam não terem conseguido cancelar sua compra no site por inacessibilidade ou falta de clareza nas informações.

Do ponto de vista dos lojistas

Os desafios para os empresários acerca da acessibilidade em âmbito digital abordam a manutenção do processo, o entendimento das necessidades do usuário, as adequações da plataforma e a dependência de terceiros para viabilizar este mesmo processo.

Na prática, na hora de conduzir o desenvolvimento do site, três pontos devem ser pensados: o planejamento, o design e a programação. A acessibilidade deve estar integrada ao planejamento estratégico da empresa, o site deve ter um design responsivo e a acessibilidade deve também ser verificada manualmente dentro da programação.

Empresas com acessibilidade digital

O iFood, em 2019, fez uma mudança em sua plataforma para atender aos critérios de acessibilidade, tornando-a democrática aos usuários com deficiência visual e auditiva. Além do iFood, empresas como Renner, Magazine Luiza, Mastercard, 3M e Universidade Cruzeiro do Sul também estão investindo em acessibilidade na web.

Recentemente, o Banco Bari fechou uma parceria com a Hand Talk, assim adicionando o plugin de tradução/conversão de textos e imagens em Libras. A Hand Talk é uma empresa com foco em acessibilidade digital.

Para Ricardo Sanfelice, C.M.O do Banco Bari, o essencial é ser digital sem deixar de ser humano. “Este é um dos propósitos do Banco Bari, que através da tecnologia embarcada da Hand Talk, oferece acessibilidade e a possibilidade de que mais pessoas tenham acesso a soluções que podem ajudar a ter uma vida financeira mais saudável.” – Disse Ricardo quando questionado sobre as expectativas da parceria. 

Ricardo ainda comentou que essa parceria é apenas uma das diversas ações que o Banco planeja para alcançar o propósito maior da inclusão digital. “Ser inclusivo de verdade e não apenas no papel não é uma tarefa fácil, mas temos esse dever e sabemos que ser uma empresa inclusiva não acontece do dia para a noite. Oferecer um site que está preparado para traduzir o conteúdo para Libras abre inúmeras  possibilidades para um público que antes não era bem atendido, digitalmente falando. Com isso, conseguimos dar a devida importância para usuários que possuem algum tipo de deficiência auditiva.”Afirma. 

Por ser um desafio, a acessibilidade chega, também, como uma necessidade. Neste universo, o mais importante, mesmo, não é só falar, é agir. Colocar em prática, planos que, mesmo demorados, trazem resultados.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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